sexta-feira, janeiro 23, 2009

Oxford School

Já que no post anterior fiz referência ao Oxford School, decidi então contar um pouco da minha passagem por lá!
Entrei, se não me engano, no ano em que frequentava o 7ºano de escolaridade (ou terá sido no 6ºano??? - bem, também não interessa) e o meu primeiro professor foi o Russell, "a british boy", que só falava mesmo inglês, ou seja, não percebia nada de português. Penso que andava a viajar pela Europa e ía ganhando dinheiro a dar aulas de inglês em institutos de línguas, por isso, só ficou connosco um ano. Era excelente, brincalhão, "giro", pois se tinha 25 anos era muito... Aquilo é que era, no final de cada aula havia sempre um jogo... Ainda me lembro da primeira coisa que os meus colegas me disseram quando lá entrei (pois comecei umas semanas mais tarde): "Aqui podes dizer as asneiras que quiseres porque ele não percebe nada de português!" Fiquei de boca aberta e obviamente que nunca disse nenhuma asneira. Ainda me lembro que quando não sabíamos dizer alguma coisa em inglês era um cargo de trabalhos para o Russell nos entender, pois não valia a pena dizermos a palavra em português porque ele não percebia, só através de língua gestual lol lol Mas por um lado foi bom porque obrigava-nos a pensar e falar em inglês!
Depois no segundo ano fiquei com a Nancy, uma senhora muito querida e atenciosa, boa professora, só tinha um ponto negativo, como já vivia muitos anos em Portugal já falava português (com sotaque inglês) e por vezes falava também português nas aulas, o que por um lado era bom porque percebíamos tudo, por outro lado era mau, porque não nos obrigava a exercer o inglês oralmente e tenho de admitir que nesse ano o minha oralidade "inglesa" desceu um pouco nas aulas do colégio. Foi também nesse ano, que conheci os amigos que hoje tenho do Oxford, ou seja, o Diogo, a Daniela, a Rute e o Carlos, pois vinham de outra professora (Diogo qual era o nome dela?) e depois mudaram para a Nancy... A Cíntia estava comigo desde o primeiro ano e o Divaldo é só a partir do Alistar... E depois havia aquele colega que todas as raparigas detestavam - o Nuno - só o Diogo é que ía à baila com ele lol Também não me posso esquecer da Ana Margarida que andava também comigo no colégio.
No terceiro ano ficámos com o Alistar, era um ano importante porque já estávamos no "grau de adulto". O Alistar, o Alistar... mas quem não gostava do Alistar???? Era um espectáculo, homem trintão, sempre de cabelo rapado, alto, magro, "british man" e deslocava-se para o Oxford na sua bela motorizada e tinha desenhada no capacete a "UK flag", era de demais. Era um apaixonado pelo surf, e gozava comigo por gostar de bodyboard e também pelo facto de gostar do Mick Fanning (então punha-se a imitar nas aulas o sotaque australiano do Mick)... Ao menos ambos não gostávamos do Kelly Slater, pois o preferido dele era o Andy Irons! Ainda me lembro quando me emprestou a cassete VHS do "Thicker than Water"!
Fiquei com ele até ao último ano que frequentei o Oxford.
As aulas eram óptimas, era um óptimo professor, exigente e rigoroso, mas também divertido!
Eu só não gostava (e acho que os outros também não gostavam) quando se lembrava de fazer testes surpresa... Virava-se e dizia: "Today, test!" e nós com umas caras de enterro e ele a seguir "Everybody's happy?" olha que isto realmente!!! Mas os testes também eram uma festa, então não é que ele saía a meio??? Estão a ver o que acontecia, não estão???
Pior foi uma vez que ele abandonou a sala num teste e começámos todos a fazer perguntas uns aos outros, a nossa sala tinha uma varanda que ligava à outra sala, então quando demos por nós o Alistar estava encostado ao varandim da varanda a olhar para nós, ou seja, saiu, foi para a outra sala, entrou na varanda e ficou a ver-nos lol lol lol
Depois havia a situação de ele estar sempre com o cabelo rapado, eu e a Marge (como ele tratava a Ana Margarida) diziamos para ele: "bald man" e ele "I'm not a bald man, I just cut my hair" e aquilo é que era gargalhada! Também não me posso esquecer que a Marge respondia por vezes torto ao Alistar e chegou a existir uma aula em que ele abandonou a sala!
Mas o Diogo também não se escapa lol Uma vez tivemos que entregar um trabalho e o menino Diogo não o fez, então pediu o meu para ver e foi fazê-lo para a sala ao lado. O Alistar já o tinha visto e quando chegou à nossa sala pediu os trabalhos e eu disse-lhe que ainda não tinha o meu e ele muito intrigado, depois perguntou: "Where's Diogo?" e nós todos muito calados, então é quando o Alistar sai disparado da sala e vai buscar o Diogo à outra, foi brutal lol lol lol
Depois houve aquele trabalho em que tivemos de descrever o colega que estava ao nosso lado direito, e o meu colega era o Diogo. Quando cheguei às orelhas, vira-se o Diogo e começa-me a dizer que tem uma orelha mais bicuda que outra e que a outra é mais redondinha, ou seja, tive de fazer uma descrição para cada orelha e depois na apresentação o pessoal começou-se todo a rir.
Por fim, havia o problema do "can't". Ora em american english diz-se como se escreve: "can't", mas como o que ali aprendiamos era british english e como o Alistar era inglês tinhamos de dizer "con't". Então quando alguém dizia "I can't" o Alistar dizia "no" até dizermos "I con't"... E assim se passavam as aulas até que - depois de muito custo - no último ano já todos diziamos "I con't".
Nesse mesmo último ano, para aí a meu do início do ano, a Manuela (senhora muito simpática) - secretária - liga-me para casa e diz:
Manuela (M): "Amanhã não haverá aula de inglês!"
Eu: "Mas porquê?"
M: "Porque o Alistar não vai dar aula!"
Eu: "Mas está doente?"
M: "Não, ele já não é mais professor no Instituto!"
Eu: (Pausa) "O quê?"
M: "É verdade!"
Eu: "Obrigada Manuela!"
Fiquei para morrer e até chorei, foram 4 anos com ele, e depois vim a saber que o sentimento era recíproco em relação aos outros colegas. Ninguém tinha percebido porque razão o Alistar se foi embora. O que nos chegou aos ouvidos é que ele divergia em algumas das opiniões do responsável pelo instituto em relação ao funcionamento do mesmo, nomeadamente, no respeitante aos métodos de avaliação e foi o que causou a sua ruptura com o Oxford. Depois disseram-nos que tinha ido para a Arábia Saudita... E foi assim que ficámos sem o Alistar!
Depois foi um trabalhão para arranjar um substituto, primeiro tivemos o Ed, depois outro (que não me lembro o nome), até que veio o Dave, "an american man", era porreiro sim senhor, bom professor, bolacheirão lol
E aqui é que vem a graça, depois de tanto tempo a aprendermos que não se diz "I can't" mas sim "I con't", com o Dave era ao contrário, porque era americano, então cada vez que diziamos "I con't" ele dizia "no" até dizermos "I can't" lol lol lol
Passadas umas semanas o Dave também se foi embora e nem soubemos porquê... E é então que vem o Richard de quem falei no post anterior.
"An irish man", não enganava ninguém, todo ele tinha aspecto de irlandês, já para não falar no sotaque! Também estava na casa dos trinta, talvez 33 para aí. Também era um amante do surf, por isso, quando decidiu vir para Portugal teve que ir viver para a Ericeira. Parece que estou a ver, cada vez que eu comprava a Surf Portugal ele tinha que a ler, ou então quando o meu primo Ricardo me ofereceu a minha carteira em pele da Rip Curl e o Richard a viu pediu logo para vê-la e disse que era muito bonita, também me lembro quando levei a minha sweat da Ericeira Surf Shop ficou muito tempo a olhar para ela lol
Mas o sotaque era o melhor, ou seja, "I can't" em inglês com sotaque irlandês é "I cain't"; "no" é "nó" e "T.V." é "Tai V." lol Era excelente... O Diogo é que não gostava muitos das camisas dele! Lembras-te de quando eu levei a máquina fotográfica e tu assim: "Também foste logo trazer a máquina no dia em que ele trouxe esta camisa?" lol lol

E pronto a isto se resume os meus 6 anos no Oxford! Recordações que ficam e que me permitiram fazer amizades que até hoje continuam!

4 comentários:

LADY-BIRD, ANTITABÁGIKA, FÃ DO JOMI LOL E JÁ AGORA DOS NOSSOS AMIGOS ANTI-TECNOLOGIAS: MARCHANTE (se não existissem tinham que ser inventados) disse...

grande testamento... eu não digo can´t, con´t ou cain´t,
digo "can not"

lol
beijinho

Anônimo disse...

OMG!! do que tu te lembras porra...
por mim ficavas sempre a postar coisas sobre o oxford e o que pássamos. concordo com tudo o que disseste. não te escapou nhuma, mas se te lembrares de mais posta aí... e o alistair viu-o ha um ano e tal no cacém, ele anda por aí..ahaahah por isso ve se a D.manuela ainda sabe dele. o Richard tb viu-o o ano passado na ericeira e a sua carrinha azul. esse gajo eq era um "dude" autentico! qe bons velhos tempos.oxalá fosse sempre assim e os que la andam agr estejam a viver bons momentos como nós! nunca mais vi o Divaldo, vejo ás vezes a flavia, a rute, daniela, rui e nuno. de resto nao vejo mais ngm á mt tmp. i miss those days...

Diogo

Bernardo Rosmaninho disse...

"I cain't"

Lolololol

Desculpa não ter dito nada do teu comment no outro dia. Espero que estejas bem.

Um beijinho,

Bernardo Rosmaninho

Persona Naturale disse...

É verdade Diogo, esperemos que os que lá estão, estejam-se a divertir tanto como nós! Bons tempos e que por isso serão sempre recordados! Obrigada por fazeres parte destas boas lembranças.

Bernardo, em relação ao comment no problem, e sim, estou bem e tu? Mas que é feito de ti que nunca mais te vi na FDL?????

Bjinhos pós dois