sexta-feira, setembro 09, 2011

A Paixão de Cristo e a minha também

Penso que ainda não mencionei no blog o filme A Paixão de Cristo do Mel Gibson.

Ontem ao entrar na minha sala reparei que estavam a anunciar o filme, pois ia dar num canal qualquer e como não poderia deixar de ser lembrei-me logo do terror vivido no cinema.

Quando o filme estreou fui vê-lo com o meu pai, penso que foi na altura do meu 12º ano. Já me tinham avisado que o filme era forte, mas pensei que se tratasse de mais um filme típico da Páscoa, em que Jesus leva as chicotadas, é pregado na cruz e pronto. Então lá fui mais o meu pai ver o filme.

Dei logo um salto quando o Jim Caviezel pisa a serpente. Mas o pior foi quando ele levou as chicotadas. Já me estava a custar ver as primeiras, então quando mudaram o instrumento, para aquele com picos comecei logo a sentir-me mal e quando digo mal, é mesmo mal. Eu já estava a chorar, então quando vejo a carne das costelas a saltar para o ecrã parecia uma Madalena arrependida. Nunca eu chorei assim no cinema. Já me tenho emocionado, agora chorar como chorei, nunca na vida. Parecia que tinha acabado de receber a notícia de que alguém meu querido tinha morrido. Eu estava com a cara toda vermelha e a ferver, os meus olhos estavam todos molhados e até tive de colocar a mão na boca para o som do meu choro não se notar muito. O meu pai olhou para mim e só disse: "Então filha?!". Depois acalmou um pouco, até à parte da coroa de espinhos, fez-me muita impressão estarem a espetar os espinhos da coroa na cabeça. Depois desde a via crucis até à pregação foi outro terror, não me conseguia controlar e às tantas já me estava a doer o coração, juro pela minha sáude que foi verdade, nunca me tinha sentido assim numa sala de cinema. Eu só pedia para aquela porcaria terminar. Eu só não abandonei a sala para não deixar o meu pai lá sozinho, porque se estivesse sozinha, a partir das chicotadas não tinha visto mais nada. Às tantas eu já estava com a cabeça enfiada entre os joelhos para não ter que ver nada, mas os ouvidos (obviamente) não deixaram de ouvir e aquele som todo de sofrimento ia-me matando.

Fui a viagem toda para casa a chorar e quando entrei em casa a minha mãe ao ver a minha cara até pensou que tinha acontecido algo de mal. O meu pai não chorou (lol) mas reparei que também ficou impressionado com o que viu.

Jurei nunca mais ver o filme e até hoje ainda não o vi novamente. Lembro-me que houve uma aula de Moral em que o professor João Paulo quis ver o filme e avisou que o iamos ver na aula a seguir. Eu no fim dessa aula fui falar com ele e disse-lhe que como fiquei muito impressionada com o que vi, jurei nunca mais ver o filme e disse-lhe que estaria à mesma no colégio só que não ia à aula e ele entendeu na perfeição e por isso, não compareci na aula do filme. Já me tem acontecido estar a fazer zapping e ver que o filme está a dar e mudo logo rapidamente de canal.

É o que eu digo, se fosse a mesma situação com outra pessoa qualquer, sei lá, um filme de terror normal, secalhar não me tinha tocado tanto, agora, para quem acredita em Deus e em Jesus imaginar que Ele sofreu aquilo tudo é muito pesado e choca muito.

Se aquilo é drama vou ali e já venho, o filme é mesmo de terror, pelo menos para mim, atendendo ao meu sofrimento durante o mesmo.

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